Mas a grande Jericó, a mais antiga de todas as cidades do mundo, “estava fechada e trancada com ferrolhos aos filhos de Israel” (Jos 6,1). Continuando a ler o sexto capítulo deste Livro de Josué, ficamos a saber o modo como Deus fez ruir aquelas muralhas que pareciam intransponíveis. Durante seis dias todo o Povo, com a Arca da Aliança na frente, deu uma volta em torno da cidade. No sétimo dia, continuando a seguir as instruções de Iavé, deram sete voltas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o Povo ergueu aos céus um forte clamor, tão forte, que fez desabar as muralhas. E às mãos de Josué Deus entregou Jericó, o seu rei e os seus homens de guerra.
Os arqueólogos não encontraram ainda qualquer indício seguro desta derrocada que terá sucedido no século XII a. C., mas a verdade é que os factos narrados assumiram uma dimensão espiritual, tornaram-se uma referência que comprova a eficácia da oração perseverante e feita com confiança, como, aliás, Jesus diz no Evangelho: “E Deus não faria justiça aos seus eleitos que clamem a Ele dia e noite, mesmo que os faça esperar?” (Lc 18, 7). Como diz o salmista: “Descarrega o teu fardo em Iavé e Ele cuidará de ti “ (Sl 55, 23).
O “Cerco de Jericó” é uma invenção dos polacos. Enxertado, portanto, em boa cepa… Além disso, inspirada pela Mãe do Céu nestes termos: “Para a preparação da primeira peregrinação do Papa à sua Pátria, deve organizar-se na primeira semana do mês de Maio, em Jasna Gora, um congresso do Rosário – sete dias e seis noites de rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento exposto”. O “recado” será mesmo de Nossa Senhora? Não será? Estamos como o Bispo Kraszewski que, quando lhe comunicaram o que a Senhora tinha pedido, respondeu: “É bom rezar diante do Santíssimo Sacramento solenemente exposto; é bom rezar o Terço pelo Papa; é bom rezar em Jasna Gora. Podeis fazê-lo!”.
A verdade é que, o visto de entrada na Polónia, que começou por ser recusado, como, aliás, já havia acontecido ao Papa Paulo VI em 1966, acabou por ser concedido pelas autoridades polacas e a visita de João Paulo II realizou-se de 2 a 10 de Junho. Também é verdade que os polacos, perante a recusa, não baixaram os braços… ao contrário revigoraram-se na fé e na confiança com que, na primeira semana de Maio de 1979, fizeram o primeiro “cerco”.
(...) O “cerco”, de uma forma muito prática, põe em evidência o vínculo inseparável entre a Mãe e o Filho. Ainda há dias, na Mensagem para o Dia Mundial do Doente, o Papa Bento XVI falava deste vínculo: «’A carne nascida de Maria, que vem do Espírito Santo, é o pão que desceu do céu’, afirma Santo Hilário de Poitiers. (…) Do mesmo modo, Pier Damiani observa: ‘o corpo que a beatíssima Virgem gerou e maternalmente nutriu em seu seio, sem dúvida esse corpo e não outro, agora o recebemos no sagrado altar, e bebemos o sangue como sacramento da nossa redenção. Isto crê a fé católica, isto ensina fielmente a santa Igreja’. Este vínculo da Virgem com seu Filho, o Cordeiro imolado que tira o pecado do mundo, aplica-se também à Igreja Corpo místico de Cristo. ‘Maria – afirma o Servo de Deus João Paulo II – é mulher eucarística na totalidade da sua vida. A Igreja, vendo em Maria o seu modelo, é chamada a imitá-la também na sua relação com este Mistério Santíssimo’».
A Igreja – em Lisboa, sobretudo com o Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE) – tem vindo a redescobrir a adoração eucarística. Como é óbvio, a recitação contínua do Terço diante do Santíssimo Sacramento solenemente exposto, não é adoração eucarística, que supõe o silêncio interior e exterior. Mas pode constituir uma pedagogia para a adoração. Maria, que sabe o que melhor nos convém e mais agrada a Jesus, pode levar-nos, pouco a pouco, a dar mais importância e mais tempo à meditação dos Mistérios… Até ficarmos por aí, na contemplação do Mistério de Cristo que nos conduz ao Pai na força do Espírito Santo.
A partir de 1979, o “Cerco de Jericó” passou da Polónia para o mundo inteiro. São centenas as Paróquias, um pouco por todo o lado, que propõem regularmente aos fiéis esta forma simples de oração. Em Lisboa, primeiro na Paróquia de São Jorge de Arroios, que já fez um “cerco” só com jovens, depois as Paróquias dos Mártires e de São João de Brito, já o fizeram com forte capitalização de graças e grande fruto espiritual para aqueles que aderiram.(…)»
Cónego Armando Duarte, in Boletim “Ao Largo”, Jan/Fev 2008
2 comentários:
Que bom saber confirmar que Maria nos leva a Jesus! Ela continuará sempre a ser caminho!
Faz hoje, 25 de Julho, 40 anos que foi promulgada, por Sua Santidade o Papa Paulo VI, a encíclica «Humanae Vitae».
Como se sabe, qualquer encíclica é para ser seguida e aplicada por todo o católico.
Como se pode aceitar, então, que um sacerdote «católico», director-adjunto da Faculdade de Teologia da Universidade «Católica», se atreva a censurar o documento do Santo Padre num artigo inserido na agência de notícias da Igreja «Católica» (http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=62110&seccaoid=8&tipoid=212)?
Ninguém diz nada? Ninguém faz nada?
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